Este deveria ter sido o nosso lançamento, este deveria ter sido o nosso lançamento, este deveria ter sido o nosso lançamento… será que se repetir muitas vezes isto, estas edição Steelbook chegará a Portugal? Sim, é possível… mas nunca através das nossas distribuidoras. No nosso Casio, chegou através de Espanha… mas conseguirão encontrá-la em vários mercados europeus.
Apresentação (5/5)
Torna-se difícil olhar para esta edição e não imaginar aquilo que o lançamento nacional de Homem-Aranha: No Universo-Aranha poderia ter sido… e que, infelizmente, não foi. Apesar de não acarretar qualquer tipo de efeito adicional, a arte selecionada para colorir esta edição, representa, na perfeição, a “loucura” visual que este filme construiu.
O exterior da edição funciona como uma só imagem, onde capa e contra-capa se complementam entre si. Um fundo ocupado entre os três principais protagonistas do filme e ao qual, infelizmente, lhe foi retirado o título do filme. Algo cada vez mais comum nas edições metálicas, na tentativa de as tornar mais acessível para mercados internacionais, mas que continua a deixar uma sensação de incomplestismo na edições.
Quanto a arte interna, foi recriado recriado um dos momentos do filme, onde continua a reinar a explosão de cor e sensação de (qualquer coisa) característica deste filme. A edição vem ainda acompanhada de dois discos, mas isto acaba por não constituir um dos seus pontos fortes, uma vez que o prometido disco de extras nada mais traz que um simples documentário de 16 minutos. Mas falaremos mais sobre isso no decorrer desta análise.
A terminar, surge um pequeno extra nesta edição… um booklet repleto de belas imagens, retiradas do livro “The Art Of the Movie” de Homem-Aranha: No Universo-Aranha. Isto significa belíssimas imagens conceptuais das personagens e dos cenários da história. Um belíssimo presente para a falta do, suposto, melhor que nos foi prometido neste filme… os materiais de bónus.
Imagem (5/5)
O visual único de Homem-Aranha: No Universo-Aranha chega reproduzido no seu esplendor, por esta transferência Blu-ray, entregue pela Sony. O disco consegue tirar o máximo de partido da aparência única do filme, que desde os seus momentos inicias de conceção, tentou dar vida às páginas da banda desenhada de Homem-Aranha, no universo cinematográfico.
Com cada frame repleto de “presentes” visuais únicos, precisávamos de um meio capaz de os reproduzir com a máxima qualidade. O Blu-ray surge, ainda, capaz de acarretar as mais variadas nuances visuais que compõem este filme. A imagem, constantemente, texturizada por “pequenos pontos”, ganha uma completa sensação palpável… como se estivéssemos, de facto, a folhear um livro de banda desenhada.
O filme é ainda constituído por diversos ambientes, bastante opostos entre si. Assim, se em algumas cenas, ambientes negros, com pequenos pontos de saturação, dominam, em outros, é a explosão de cor que nos preenche o ecrã. Este disco consegue navegar por essa amplitude sem qualquer problema, dando ainda mais vida a cada uma destes frenéticos ambientes visuais. Onde a transferência se torna, realmente, poderosa é em ambientes escuros, com fortes cores néon, em contraste. Como é o exemplo de momentos de perseguição nocturnos com o vilão Prowler.
No geral, Homem-Aranha: No Universo-Aranha é um filme, incrivelmente, estilizado. Com cores, fortemente, saturadas, silhuetas pronunciadas e, acima de tudo, com enorme contraste visual, tal como a banda desenhada nos habituou. A isto, pequenos apontamentos de textos, como “bolhas de fala/pensamento”, características desse meio, são adicionados, assim como objectos animados em 2D, que se sobrepõem à, predominante, animação em 3D do filme. Mas tudo surge no ecrã num balanceamento correto. Cada elemento é enquadrado num lugar específico e todos, em conjunto, contribuem para a construção única do universo visual de Homem-Aranha: No Universo-Aranha. Algo que este disco reproduz, constantemente com enorme facilidade.
Som (4/5)
Apesar da sua, supostamente, inferior faixa áudio destinada ao disco Blu-ray – um DTS-HD Master Audio 5.1, em oposição ao Dolby Atmos do Disco 4K – a faixa sonora de Homem-Aranha: No Universo-Aranha é satisfatória. Não consegue atingir nenhum patamar de excelência mas, no geral, é capaz de suportar a componente sonora do filme.
Com uma alargada rede de locais, onde a ação do filme decorre, é também de esperar que essa riqueza visual seja transportada para o universo sonoro. Assim, é neste campo que a faixa se mostra competente. Desde as cenas decorridas na escola, interiores de habitações, ruas da cidade de Nova Iorque ou mesmo laboratórios, a faixa comporta uma harmoniosa manipulação surround, posicionado os diversos sons da cena na posição correta, permitindo uma completa imersão na mesma. Em adição, como cada local possui sempre um conjunto de sons distintos, esta faixa torna cada momento sonoro do filme como algo único.
É também em momentos em que a banda sonora de Homem-Aranha: No Universo-Aranha entra, que a faixa demonstra todo o seu potencial, permitindo que as melodias presentes dominem a cena. Isto torna-se, especialmente, evidente em momentos com músicas “mais pop”. Os diálogos do filme, como esperado, surgem também fortes e claros.
Se haverá algo menos positivo a mencionar será o balanceamento dos diversos componentes sonoros presentes. Acima de tudo, a questão de volumes entre os momentos dominados pela música e aqueles dominados pelo diálogo. Existe uma disparidade sonora entre os dois, fazendo com que um surja sempre muito mais alto que o outro, obrigando o espectador a, constantemente, modificar o volume sonoro da faixa.
Contudo, este é apenas um pequeno “defeito” que, pouco retira à beleza da presença sonora de Homem-Aranha: No Universo-Aranha. Esta faixa junta-se, assim, ao poder visual do filme, permitindo a apresentação de um produto audiovisual único.
Materiais de Bónus (3/5)
Apesar da edição em análise se apresentar com dois discos Blu-ray, sendo que é prometido um apenas com materiais de bónus, o conteúdo extra de Homem-Aranha: No Universo-Aranha surge banal e igual a tantos outros lançamento Home Video. Uma abordagem, ligeiramente, superficial à produção do filme, com descrições vagas sobre a construção do mesmo. Isto, no primeiro disco. Em relação ao segundo… um completo desperdício de espaço. Ocupado apenas por um “mini-documentário” de 16 minutos, sobre a criação de Miles Morales na banda desenhada.
Curiosamente, os extras do primeiro disco possuem apenas legendas em inglês, enquanto que o segundo vem legendado em português… mas, do Brasil. Isto não é uma particularidade da edição em análise (a espanhola), uma vez que o próprio disco Blu-ray disponibilizado em Portugal também não possui qualquer tipo de legendas em português nos extras.
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- DISCO 1
– Caught In a Ham – Curta-Metragem (04:01): uma pequena curta, com o Spider-Pig, ao estilo as animações clássicas.
– Somos Todos Homem-Aranha (07:51): este featurette foca-se em como era necessário trazer diversidade para as “aventuras” de Homem-Aranha, pelo grande ecrã. Os responsáveis pela criação de No Universo Aranha, abordam como através de inclusão e personagens como Miles Morales e Gwen Stacy como “Homem-Aranha”, conseguem alargar a diversidade desta personagem icónica fazendo com que, ao mesmo tempo, qualquer um se identifique com o Homem-Aranha e sinta que, de facto, é o Homem-Aranha.
– Universo-Aranha: Uma Nova Dimensão (05:09): este é o melhor, dos melhores. Que é o mesmo que dizer… o modo como o aspeto visual único do filme foi planeado e alcançado. A combinação das diversas técnicas de animação (tradicional desenho 2D e digital 3D), assim como a adição de elementos visuais característicos de banda desenhada foi alcançada, para se conseguir uma recriação fidedigna daquilo que representa a leitura das páginas da BD.
– O Elenco Final (15:02): Uma “passagem” por todos os atores que completam o elenco principal do filme e de como as características de cada um se enquadrou na personagem representada, ajudando que a mesma ganhasse vida no ecrã.
– Criando as Versões Cinemática Das Personagens Da Banda Desenhada: apesar de encontrar dois featurette (separados) com o mesmo nome, poderemos olhar para os mesmos da mesma forma. A informação transmitida é semelhante e o seu propósito idêntico. Apenas se alteram os objetos em análise. Mais especificamente, um centra-se nos heróis dos filme e o outro nos vilões. Porém, os dois procuram sempre expor como o desenho das personagens foi transportado da banda desenhada para o grande ecrã, tentando manter a sua origem mas também, ao mesmo tempo, criar algo novo. Inclui: Heróis e Presuntos (07:45)e Vilões e Escorpiões (05:11).
– Um Tributo a Stan Lee e Steve Ditko (08·34): reflexão, através das vozes dos diversos cineastas (envolvidos cena produção de Homem-Aranha: No Universo-Aranha) e artistas da banda desenhada sobre aquilo que os tornava Lee e Ditko únicos e como as suas qualidades permitiram com que as suas histórias se conectassem com tantas pessoas, ao longo de várias gerações.
– O desafios dos Easter Egg para os Super-fãs, No Universo-Aranha (05:02): identificação de alguns dos easter egg presentes no filme, através dos cineastas de Homem-Aranha: No Universo-Aranha.
– Vídeos musicais com letras: Sunflower (por Post Malon e Swae Lee) e Familia (por Nicki Minaj, Anuel AA e Bantu).
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- DISCO 2
– A Reinvenção Radical do Homem-Aranha (16:24): essencialmente, num único disco Blu-ray, encontram a história por detrás da criação de Miles Morales na banda desenhada, com os dois criadores da personagem.
Veredicto Final (4/5)
Não há como negar que a Sony consegui entregar uma belíssima edição Steelbook. Há medida que este tipo de edições metálicas se vai tornando cada vez mais “banal”, o estúdio consegui produzir algo, que se distinguisse dos restantes. Caso tivessem aplicado isto aos materiais de bónus da edição, teríamos um exemplo perfeito do Home Video. Assim, ficamos por uma edição bastante satisfatória, que nenhum valor retira ao filme em si.
Sétima Definição 